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SAÚDE DO CORAÇÃO
DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA
27-04-2018 21:04:50
O que é a vida? – A vida é o presente, o futuro possivelmente

Dois são os fenômenos muito recorrentes nas vidas e sentimentos das pessoas. Sonho e desejo, ou sonhos e desejos. No mundo atual, na era da intitulada hipermodernidade ou de quase tudo virtual e digitalizado, como será que andam os sonhos e desejos das pessoas? Época em que tudo parece se esfarinhar e derreter em tão pouco tempo. Assim teorizou e propôs Zygmunt Bauman. Será que sonhar se torna mais preciso (exato, concreto) do que viver. “Navegar é preciso, viver não é preciso” (Fernando Pessoa).

Para melhor contextualizar o fenômeno sonho e o sentimento desejo reportemo-nos à psicanálise de Sigmund Freud com o estudo do inconsciente (id, ego, superego). E sempre pode-se fazer um liame entre o fenômeno psíquico sonho com o sentimento desejo. Para Freud o sonho é um fenômeno tão significativo e construtivo que ele representa um guardião do sono. Os sonhos constituem uma prova concreta de um sono saudável e reparador.

Por isso também e com propriedade se emprega o termo sonho com o símbolo e significado de desejo, projeto ou intenção de concretização ou aquisição de um estado, uma condição ou bem material. Assim se tem o desejo de uma formação profissional, de uma bela viagem, de um feliz casamento ou compra de um belo carro ou casa própria.

A conquista e a popularização da internet bem representam um divisor e marco de duas épocas.

Assim podemos nos referir em era pré e pós internet. Tendo em conta esses dois tempos. Vamos imaginar os idos de 1980. Ao que parece eram tempos em que o futuro era mais perceptível, mais planejável, mais alcançável. Imaginemos, para mais clareza, projetos os mais singulares e universal na vida das pessoas. Para uma jovem. Se formar no 2º grau ou faculdade, um bom casamento. Para o homem jovem. Se formar, ingressar numa faculdade, ser um bom profissional, uma carreira profissional, constituir uma família.

Como bem teorizam os vários ramos da filosofia nem o passado, nem o futuro existem. É imperativo que somos, estamos e vivemos o agora, o presente. O passado é nossa história, o futuro impreciso, uma ilusão. Analisando a sociedade de antes da internet, fica a sugestão de que as pessoas tinham uma melhor conexão com o passado e com o futuro. E de fato, em tese tem razão os pensadores que assim o afirmam. O presente, o momento atual é preciso, o passado se foi o futuro não é preciso.

De novo sonho ou desejo. A civilização pós-moderna vive a angústia não do futuro, mas do presente. Não impropriamente o pensador Zygmunt Bauman denominou nossa era de modernidade (ou hipermodernidade) de líquida. Essa fluidez e rapidez de tantas transformações trazem sentido a essa nominação. Tudo escapa ao nosso controle em curtos espaços de tempo, tudo flui e corre de forma célere.

Em tempos mais remotos menos energia se canalizava para produção. Hoje, em tempos de internet e redes sociais há uma sofreguidão, uma azáfama e neurose para a máxima posse possível e para o consumo. O mundo mais se materializou. A sociedade e todos os apelos do ter, em vez do ser e do existir com significado, nos tornaram mais frios, empedernidos, brutos e menos humanizados.

Contudo, ante tanta transformação e fragmentação dos valores, a juventude em especial, mesmo nascida, crescida e educada na intitulada modernidade líquida (geração z) não pode perder a capacidade de sonhar e desejar um mundo mais humano e fraterno.

“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo” (Epicuro).

DR. JOÃO JOAQUIM DE OLIVEIRA é especialista em Medicina Interna e Cardiologia, Assistente do Serviço de Cardiologia e Risco Cirúrgico no Hospital das Clinicas - Faculdade de Medicina / Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiânia-GO; membro Sociedade Brasileira de Cardiologia; e, estudante de Filosofia. Contatos: joaomedicina.ufg@gmail.com. Acesse: www.jjoaquim.blogspot.com.br

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